Andrea Pirlo de certa forma chocou italianos, ingleses e o mundo inteiro ao ousar com uma cavadinha frente a Joe Hart. Deu certo, e a Azzurra acabou se classificando à semifinal da Eurocopa 2012 com uma vitória sobre o English Team, nos pênaltis, por 4 a 2, após empate sem gols no tempo normal e prorrogação no último domingo, em Kiev. Ele explicou por que resolveu dar o toque de classe.
– Eu vi que Hart estava fazendo movimentos estranhos, então esperei ele se mexer e cobrei daquele jeito. Foi fácil bater com cavadinha naquele momento. Quis colocar pressão na Inglaterra e talvez Ashley Young tenha perdido a cobrança na sequência por isso.
O treinador Cesare Prandelli resumiu a qualidade de seu meio-campista.
– Quando o Pirlo foi para a cobrança eu estava muito calmo. Ele é uma estrela e sabia o que era preciso fazer. E ele fez – disse, seguido até pelo técnico da Inglaterra, Roy Hogdson.
– Os pênaltis se tornaram uma espécie de obsessão para o futebol inglês, mas apesar de ser possível treinar, não se pode reproduzir o ambiente e a tensão. A forma fria e descontraída como Pirlo cobrou o seu pênalti... Isso não se treina.
Muito mais que a cavadinha
Aos 33 anos, porém, o volante mostrou que o recurso foi apenas a cereja do bolo. Eleito o melhor em campo, Pirlo não cometeu faltas, correu 15,2 quilômetros (a terceira melhor marca de todo o jogo) e foi o responsável por 117 dos 815 passes da Itália durante os 120 minutos. Para se ter uma rápida ideia, a Inglaterra trocou 320 passes.
– É algo que não se espera, mas um jogador como Pirlo sabe qual é a melhor solução até em momentos como esses. Estamos muito contentes por ele e pela classificação. Num momento assim é difícil pensar no que um jogador pode fazer, dessa maneira. Mas não é a primeira vez, o Pirlo é aquele que consegue manter a tranqüilidade nos momentos difíceis do jogo. No pênalti não foi diferente e surpreendeu a todo o mundo, inclusive o goleiro deles que era o mais difícil – afirmou o ítalo-brasileiro Thiago Motta.
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